✨ WICKED: Uma análise sobre liderança, Preconceito organizacional e narrativas de poder no mundo corporativo.

     Wicked  é, até agora, um dos filmes que eu mais gostei de fazer a análise onde comparo as obras cinematográficas com o ambiente corporativo. Ele revisita a história de Oz sob uma nova perspectiva, mostrando que “a vilã” Elphaba talvez nunca tenha sido vilã — apenas incompreendida, rotulada e manipulada por narrativas convenientes.

A obra é uma poderosa metáfora sobre:

política organizacional,

gestão da imagem,

manipulação institucional,

preconceito estrutural,

liderança humanizada,

poder das narrativas,

e a coragem de ser diferente num ambiente que exige conformidade.


Assim como o mundo corporativo, Oz é um lugar onde a versão oficial dos fatos muitas vezes vale mais do que a verdade — e onde pessoas brilhantes podem ser rotuladas, silenciadas ou usadas como bode expiatório.


A seguir, uma análise aplicada de Wicked ao ambiente organizacional.

________________ por Altivânio Azevedo


1. Elphaba: A profissional talentosa que sofre preconceito organizacional

    Elphaba nasce com uma característica que a diferencia — e, por isso, é rejeitada antes mesmo de ser compreendida.

No mundo corporativo, ela representa profissionais que sofrem:

preconceito,

julgamento precoce,

estigmatização,

exclusão sutil,

resistência por serem “diferentes” do padrão,

punição por terem ideias ousadas.

Apesar disso, é:

talentosa,

ética,

comprometida,

emocionalmente inteligente,

profundamente competente.

Lição corporativa:

Empresas perdem talentos quando julgam aparência, personalidade ou estilo antes de avaliar competência.


2. Glinda: Popularidade vs. Competência

Glinda utiliza:

charme,

sociabilidade,

influência,

visibilidade,

para conquistar espaço e reconhecimento, mesmo sem dominar habilidades profundas.

Ela representa o profissional que ascende pela:

reputação,

networking,

imagem positiva,

política organizacional,

habilidade de agradar.

E isso não significa que ela seja “errada”, apenas que seu capital está nas relações, não na profundidade técnica.

O que podemos aprender com isso?

Popularidade também é um tipo de poder — e influencia promoções, oportunidades e percepções.

As empresas frequentemente valorizam mais quem fala bem do que quem entrega bem.


3. O Mágico de Oz: Liderança baseada em imagem, não em competência

O Mágico é o líder que:

é carismático,

domina narrativas,

encanta o público,

mas carece de substância,

manipula informações,

cria “vilões” para manter controle,

e transforma problemas próprios em falhas alheias.

É o típico gestor que:

delega a culpa,

esconde erros,

utiliza comunicação para mascarar insegurança,

promove injustiças internas,

cria divisões para manter poder.

Ou seja, liderança sem competência real se sustenta apenas pela manipulação da narrativa.


4. A manipulação institucional: Como organizações criam “vilões convenientes”

    Em Wicked, o sistema transforma Elphaba na vilã — não porque ela é má, mas porque é útil ter alguém para culpar.

No ambiente corporativo, isso acontece quando:

alguém é responsabilizado por um problema estrutural,

um talento é silenciado por ameaçar a zona de conforto,

equipes transformam o inovador em “complicado”,

líderes criam narrativas para encobrir falhas próprias,

empresas escolhem bodes expiatórios para evitar assumir responsabilidade.

Narrativas internas podem destruir carreiras — mesmo quando não refletem fatos.


5. A jornada de Elphaba e Glinda: Rivalidade que vira respeito

    Inicialmente, as duas protagonistas competem.

Depois, reconhecem o valor uma da outra.

Isso representa:

conflitos comuns em equipes,

diferenças de perfil,

disputas por atenção ou recursos,

crescimento pessoal ao compreender o outro.

E, principalmente, mostra que:

diversidade de habilidades fortalece equipes,

respeito supera rivalidade,

colaboração entre opostos gera resultados extraordinários.

 Lição corporativa:

Times de alta performance valorizam perfis diferentes — não tentam uniformizá-los.


6. “Defying Gravity”: Quando o profissional decide romper o sistema.

O momento icônico em que Elphaba decide seguir seu próprio caminho representa:

o colaborador que não aceita mais injustiça,

a decisão de romper com culturas tóxicas,

a coragem de inovar apesar da resistência,

a identidade que se fortalece diante da opressão.


É quando o profissional diz: “Não vou mais me curvar para caber em caixas que não fazem sentido.”

Isso nos ensina que:

Talentos autênticos preferem deixar a organização do que se trair internamente.

Empresas perdem suas “Elphabas” por não saber valorizar autenticidade.


7. Oz como organização: Cultura que premia conformidade e pune autenticidade.

A cidade de Oz:

idolatra imagens,

rejeita o diferente,

pune perguntas,

exige obediência,

manipula fatos,

controla percepções,

valoriza aparência mais que essência.

Essa cultura reflete empresas que:

vivem de política interna,

promovem quem agrada,

desestimulam pensamento crítico,

criam favoritismos,

não reconhecem talentos divergentes.

Ambientes que sufocam autenticidade produzem conformidade — não inovação.


✨ Conclusão: O que Wicked ensina ao ambiente corporativo?


O filme é uma metáfora poderosa sobre:

injustiças organizacionais,

distorções de narrativa,

manipulação institucional,

preconceito contra perfis não convencionais,

liderança de fachada,

rivalidade transformada em respeito,

e a força da autenticidade.

    A grande mensagem corporativa é: Toda empresa tem sua “Elphaba” — alguém extraordinário que o sistema tenta rotular porque não consegue controlar.

    E toda organização precisa escolher se quer ser Oz ou quer ser um lugar onde pessoas autênticas possam voar.