Vou começar esse texto pedindo a você que imagine como é uma pessoa que está desmotivada. Acredito que só o fato de ter lido a frase anterior, já foi o bastante para criar a imagem em sua mente. Mas, se não fez isso nesse primeiro momento, continuo direcionando meu pedido nessas palavras para que você já esteja agora com a figura de uma pessoa desmotivada em seu pensamento. Acredite: podemos encontrar em uma empresa real, as características que você imaginar em uma pessoa fictícia.
Quando falamos em autoestima corporativa, é fácil imaginar apenas os aspectos positivos: equipes engajadas, líderes confiantes e uma empresa que transmite energia em tudo o que faz. Mas, assim como acontece com as pessoas, as organizações também podem passar por momentos de insegurança. E reconhecer esses sinais é o primeiro passo para transformá-los.
Pensando nas minhas experiências em trabalhos anteriores à Vitta, consigo lembrar de alguns indícios claros de quando a autoestima de uma empresa está em baixa e vou detalhar quatro que considero mais importantes:
O primeiro, é a falta de reconhecimento interno – colaboradores dão o seu melhor, mas raramente recebem elogios, feedbacks construtivos ou celebrações de conquistas. Isso mina a motivação e gera a sensação de que “nada nunca é suficiente”.
Depois, vem a segurança para inovar – a empresa teme arriscar, prefere copiar concorrentes e resiste a mudanças. É como se vivesse olhando mais para fora do que para dentro, esquecendo a própria identidade.
O terceiro ponto é a comunicação desalinhada – o discurso oficial fala de valores, propósito e visão de futuro, mas no dia a dia as práticas não correspondem. Esse descompasso gera descrença nas equipes e fragiliza a confiança.
E, por fim nessa minha listagem, está a comparação excessiva – ou seja, em vez de fortalecer sua identidade, a organização se prende a medir-se constantemente pelos padrões de outras empresas. É importante acompanhar tendências, claro, mas quando a comparação é exagerada, ela sufoca a autenticidade. E assim como algumas pessoas se comparam com fotos dos artistas e ficam tristes por estarem longe de alcançar aquele perfil, as empresas que fazem isso com as outras, se expõem ao risco de viverem em uma busca dificilmente alcançável e perderem a chance de valorizarem seus pontos fortes e destacarem sua autenticidade.
Mas, como me fortalecerei como um escritor defensor da autoestima corporativa, se trouxer como terceira postagem no meu blog, um texto falando sobre pontos negativos e eu não acender uma luz no farol que guia os empresários ao caminho das conquistas em suas organizações?
O que eu quero dizer é: Ainda que você tenha identificado algum dos quatro pontos que listei, dois talvez, três ou todos eles, não significa que a empresa está condenada — pelo contrário. Trago essa temática como um convite à reflexão e ao crescimento. É justamente nesses momentos que líderes e equipes podem resgatar aquilo que dá orgulho de pertencer, reforçar conquistas e alinhar o olhar para o futuro.
No fim, a baixa autoestima corporativa não é um fim em si mesma: é um alerta. E temos que falar sobre ela para lembrar constantemente que, assim como as pessoas estão sujeitas a baixar a vibração de energia e ficarem desmotivadas, as empresas também correm o mesmo risco.
É preciso que os gestores consigam elevar o clima organizacional e principalmente, conseguirem identificar esse alerta para encarar esses desafios como oportunidades de mudança.