Ensinamentos do Mundo de Ziraldo para o ambiente corporativo.

    Ontem eu visitei uma exposição sobre o Menino Maluquinho, e saí de lá com a cabeça cheia de panelas imaginárias, faíscas de ideias e aquela sensação de que a vida fica mais clara quando a gente a enxerga com um pouco de traquinagem criativa. Ziraldo sempre teve esse poder. Ele pinta a infância como um laboratório onde tudo vira descoberta e todo mundo pode ser um fenômeno, basta acreditar no próprio brilho.

    Enquanto eu caminhava pela mostra, fiquei pensando em como isso bate direto na vida adulta e, especialmente, na vida dentro das empresas. A gente cresce, ganha crachá, recebe metas e planilhas, mas muitas vezes perde aquele gás de experimentar, de tentar o novo sem medo, de errar com coragem e de rir depois. Parece que a autoestima profissional vai se escondendo atrás de cargos e relatórios.

    Só que Ziraldo me fez refletir. Ele me lembrou que o Menino Maluquinho era um sucesso não porque era perfeito, mas porque era inteiro. Ele era do tipo que chegava com a alma acesa, acreditava no que podia se tornar e transformava a própria energia em combustível para os outros. No fim, isso é ser um fenômeno no trabalho. Não é ser o funcionário que nunca falha, e sim o que sabe que pode aprender, melhorar e inspirar.

    Vi que muitas empresas falam de motivação como se fosse um brinde ou um slide bonito. Mas motivação de verdade nasce quando cada pessoa sente que tem valor. Quando a equipe entende que autoestima não é vaidade, e sim alicerce. Um time que acredita em si trabalha com mais leveza, cria com mais ousadia e resolve problemas como quem monta uma pipa no vento: confiando que o fio segura, mas deixando a ideia subir.

    Saí da exposição com uma vontade quieta de carregar esse espírito comigo. Quero ser mais curioso e ainda mais inteiro no que faço. Quero lembrar que, mesmo adulto, posso ter minhas loucurazinhas poéticas, minhas "inventações" e minha coragem de dizer: eu posso ser melhor hoje. No fundo, Ziraldo só reforçou o que eu já sabia, mas esquecia no meio dos e-mails. Dentro de cada empresa, existem profissionais que pode ser fenômenos no que fazem. Basta que se permitam. Basta que acreditem no próprio brilho.