Sou alguém que costuma se cobrar demais, que quer entregar sempre o melhor resultado, superar expectativas, ser impecável. Às vezes, esqueço que a busca constante por performance também precisa incluir cuidado e gentileza comigo mesmo. Já percebi que quando ignoro meus limites, minha mente e meu corpo cobram a conta. Tenho aprendido — ainda que aos poucos — que valor profissional não se mede apenas por entregas e metas cumpridas, mas também pela capacidade de reconhecer o próprio esforço e celebrar pequenas conquistas.
Cultivar a autoestima no trabalho é, para mim, um exercício diário de lembrar que eu sou mais do que o que produzo, e que o sucesso só faz sentido quando vem acompanhado de bem-estar. Dentro dessa perspectiva, tenho que lembrar que, nos últimos anos, o tema da saúde mental no ambiente de trabalho ganhou uma relevância sem precedentes. Empresas de todos os setores começaram a compreender que o bem-estar psicológico dos colaboradores está diretamente ligado à produtividade, à criatividade e à sustentabilidade dos resultados. Dentro desse contexto, surge um conceito complementar e poderoso: a autoestima corporativa.
A autoestima corporativa pode ser entendida como o sentimento de valor, pertencimento e reconhecimento que um profissional desenvolve em relação ao seu papel dentro da organização. Quando os colaboradores se sentem respeitados, ouvidos e valorizados, sua percepção de si mesmos e de sua contribuição para o coletivo se fortalece. Isso gera um círculo virtuoso: quanto maior a autoestima, maior o engajamento, a motivação e a disposição para colaborar e inovar.
Por outro lado, ambientes corporativos marcados por competitividade excessiva, falta de reconhecimento ou liderança tóxica tendem a minar a autoestima dos profissionais. Isso pode resultar em ansiedade, estresse crônico, síndrome de burnout e queda no desempenho. A saúde mental, nesse cenário, deixa de ser apenas uma questão individual e passa a refletir diretamente a cultura e as práticas institucionais.
Promover a autoestima corporativa é, portanto, uma estratégia de gestão humana. Envolve criar um ambiente em que o erro seja visto como oportunidade de aprendizado, a diversidade seja valorizada e o diálogo seja incentivado. Programas de desenvolvimento pessoal, reconhecimento profissional, comunicação empática e liderança emocionalmente inteligente são exemplos de iniciativas que fortalecem esse vínculo saudável entre indivíduo e empresa.
Em última análise, investir em autoestima corporativa é investir em pessoas — e pessoas equilibradas emocionalmente constroem empresas mais humanas, criativas e resilientes. A saúde mental organizacional não é um luxo, mas uma condição essencial para o sucesso sustentável no mundo do trabalho contemporâneo.